Mateus Marinho
A guarda civil municipal de Araruama está passando por um treinamento.
Esse treinamento é especializado, visando atender as normas da lei nº 13.022,
de agosto de 2014, que reconhece e institui as normas de atuação das guardas
municipais, determinando que elas são “instituições de caráter civil,
uniformizadas e armadas”.
Quem está aplicando esse treinamento é a Secretaria de Segurança e Ordem
Pública, junto com o BOPE, o Batalhão de Operações Especiais do Rio, e ele
consiste em técnicas de abordagem a pedestres e veículos, realizar prisões em
flagrante a até uma atividade no campo com armas de paintball. Segundo Marcio
Vasconcellos, secretário de segurança e ordem pública de Araruama, esse
treinamento visa “capacitar os guardas para que eles tenham poder de atuação
igual ao do policial.”
No treinamento, os guardas também
têm aulas de técnicas de escolta, para realizarem escoltas de autoridades do
poder executivo, legislativo e judiciário. Marcio ainda explica que os guardas
de Araruama irão trabalhar em parceria com a Polícia Militar. Assim, a área de
atuação seria maior.
De agosto pra cá, muito se debateu sobre o tema. E agora em 2015, muitas
opiniões são contrárias à ideia, muitas são a favor. Opiniões e argumentos se
convergem em muitos aspectos. Mas um ponto foi quase unanimidade: o
treinamento. Como nos conta José Ribeiro, 54, funcionário público, morador de
Cabo Frio: “É um risco muito grande colocar uma arma na mão de um guarda
municipal. Se não houver treinamento adequado, a situação pode sair do
controle.” – finaliza.
Outra questão levantada foi a da segurança dos próprios guardas, pois a
partir do momento que eles tenham o porte de arma, se tornam alvos ambulantes,
como argumenta seu Horácio Bezerra, 73, ex-militar aposentado, “Se o número de
policiais que sofrem ataques já é grande, imagina o número de guardas que irão
morrer por conta disso. É uma responsabilidade muito grande portar uma arma, é
um fardo que eu não sei se eles estarão prontos para carregar.” – explica ele. Agora é esperar pra ver. As cidades têm até o fim de 2016
para se adequarem à essa nova medida.
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