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  • Crise do petróleo atinge Cabo Frio e prefeito anuncia mudanças e demissões

    Luiz Carlos Correa



    A prefeitura municipal de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, anunciou medidas para enfrentar a crise do petróleo que afetou drasticamente a arrecadação do município. Segundo o prefeito, Alair Correa, o valor dos royalties repassado para a cidade até o ano passado, era de 17 milhões de reais em parcelas mensais, e agora, apenas sete milhões. Com a queda da arrecadação, medidas drásticas foram tomadas. 

    Algumas das decisões adotadas para enfrentar a crise, que segundo o prefeito é desesperadora, foram: a exoneração de 100% dos que tem cargo comissionado e de todos os secretários de governo; a demissão de 1000 servidores contratados; o aumento da passagem para os usuários do cartão dignidade, que passarão a pagar R$ 1,50 pela passagem de ônibus e só poderá ser usada apenas duas vezes ao dia; extinção da Comsercaf, com o encerramento das atividades em no máximo 60 dias e o rompimento do contrato com a empresa de coleta de lixo; nenhum funcionário poderá receber mais do que o prefeito, pois a Câmara votará a redução do salário do prefeito para R$ 7.000,00. "Enfrentamos crise jamais vista pelos prefeitos e população”, afirmou o prefeito Alair. 

    No dia primeiro de abril, os funcionários da Comsercaf fizeram uma passeata até a prefeitura, protestando contra a medida do prefeito em determinar o fim da autarquia. Eles chegaram até a porta do gabinete e fizeram um panelaço. Vagner Almeida, funcionário da Comsercaf e um dos líderes da manifestação, afirmou: “O prefeito deveria ouvir os servidores primeiro. Ficamos sabendo da extinção da COMSERCAF pela imprensa. Isso é uma irresponsabilidade! Teve companheiro que quase enfartou ao saber.”

    De acordo com Vagner, o prefeito trata os funcionários de maneira indiferente. “Ele nos trata como resíduo. Agora ele terá que explicar para todos os servidores o que vai acontecer com as questões salariais e com os nossos direitos”, finaliza o funcionário. Para o prefeito Alair Correa, a crise econômica atingiu os mais de 5 mil municípios brasileiros, tornando a situação mais grave com as medidas adotados pelo Governo Federal. Segundo ele, para tentar solucionar o problema, será preciso investir em receitas caseiras, como IPTU e ISS. 


    OPINIÃO DOS MORADORES 
    Na opinião da moradora do Parque Burle, Neide Aparecida, a crise já atingiu a todos, e a atual administração do município não está preparada e não fez nenhum planejamento para enfrentar tal situação. Já a moradora do bairro de Jardim Flamboyant, Marcia Medeiros, afirmou que o panorama atual na cidade, se mostra muito difícil, mas acredita que não é só uma questão de resolução política e administrativa. “É um problema que para se encontrar um caminho e minimizar os efeitos, toda sociedade deve pensar em alternativas viáveis”, diz Marcia. 

    Alessandro Teixeira, morador de São Cristóvão, acha que o grande problema do município é a falta de administração e de um modelo de desenvolvimento. “Os governantes se acostumaram com a riqueza fácil, com recursos depositados na conta pública. O modelo que vemos é daquele que gasta o que recebe e não trabalha para que tenhamos um alavancamento de nossas receitas”, diz Alessandro. Para ele, direta e indiretamente, todos nós seremos atingidos pela crise. “O receio é que o número de desempregados aumente de tal forma que venhamos a enfrentar um colapso social”, finaliza o morador.

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